Em Taguatinga, Distrito Federal, o Centro de Educação Infantil (CEI) nº 4 tem inserido de forma divertida a Conferência Nacional de Educação (Conae) entre os alunos. O CEI, que tem caráter inclusivo, e atende crianças de quatro a cinco anos, com síndrome de Down, autistas, paralisia cerebral, deficiência intelectual e crianças não especiais, permitiu que elas refletissem e expressassem em que tipo de escola querem estudar. O resultado foram desenhos que mostravam bibliotecas e salas de ciência equipadas, salas de música, quadras de esportes, piscinas e muitas outras ideias para que a escola seja cada dia mais um local em que elas desejam estar.
Andrea Amorim é professora e atua em sala de aula. Trabalha com educação pública, no DF, há 27 anos. Ela foi escolhida como moderadora local da Conae, uma especificação dada pelo Fórum Distrital de Educação, para pessoas que se propõem a introduzir a Conferência Nacional de Educação às unidades de ensino. Andrea abraçou a proposta e levou aos demais professores do CEI Nº 4. Assim, foi pensada a sugestão de levar o debate para as crianças, aquelas que são beneficiadas diretamente por políticas públicas de educação.
Para que os pequenos se envolvessem foi acionada uma professora da unidade de ensino que é contadora de histórias. Uma narrativa que explicasse esse momento atual de manifestações pelo Brasil e ao mesmo tempo mostrasse formas de participação no poder público, como a Conae possibilita, foi escolhida. Em um momento coletivo, "O grande rabanete", foi contado por abordar esses dois pontos e ainda ensina que "juntos somos fortes". Depois, cada professora, em sala, fez a discussão oral com a turma sobre a escola que cada um sonha. Em seguida as crianças ilustraram seus desejos. "Claro elas foram informadas que os seus desejos se transformariam em propostas para a Educação", explica Andrea.
A professora Andrea sonha ao lado das propostas ali expressas pelos alunos. "Sonhar é com as crianças, por isso, elas abraçaram a ideia. O que me surpreendeu é que coisas que nenhum professor imaginou as crianças pediram como sala de música equipada, sala de ciências, sala de artes com materiais e professores habilitados. Essas propostas saíram das crianças, não foi de nenhum adulto. Elas realmente sabem o que precisam. Precisamos ouvir mais nossas crianças", enfocou. Andrea avalia de forma positiva o trabalho realizado. "A escola se envolveu e abraçou a proposta de trabalho para a realização da Conae. As crianças só precisam de espaço que elas são capazes de atuar em qualquer discussão", reforça.
Para o envolvimento dos pais ou responsáveis pelas crianças foi encaminhado um bilhete com apresentação da Conferência Nacional de Educação, que explicava do passo a passo para sua inserção na Rede Conae e participação das conferências. Em uma reunião de pais, já programada, foi inserido, um questionário que a escola já iria aplicar para avaliação institucional, uma questão que pediu sugestões para melhorar a escola e a educação como um todo.
Ascom Conae 2014