O Brasil avançou muito nas questões que envolvem a homofobia, como a legalização do casamento gay. Mas o que ainda preocupa é o alto índice de violência. Somos o país com o maior número de assassinatos de homossexuais. No ano passado foram 300 casos, de acordo com a pesquisadora Araci Azinelli da Luz, coordenadora da Conferência Livre Nacional de Educação em Respeito à Diversidade Sexual, realizada na última sexta-feira (05) e sábado (06), realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
O encontro reuniu cerca de 500 pessoas entre grupos de pesquisadores ligados às universidades que tem atuação direta com o tema, profissionais de educação, ativistas do movimento LGBT que trabalham na área, associações profissionais de classe e organizações comunitárias. Esteve presente também, o coordenador geral do Fórum Nacional de Educação (FNE), Francisco das Chagas.
Os participantes fizeram uma análise da atual conjuntura política e avaliação da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2010 em relação à educação e diversidade sexual. Também discutiram o a questão da educação e diversidade sexual nos Movimentos Sociais feminista, étnico-racial e pessoas com deficiência; bem como os sete eixos temáticos do Documento-Referência a partir da ótica da diversidade sexual. Os participantes ainda elegeram 15 delegados do movimento LGBT para participarem da Conae 2014, que será realizada em Brasília, em fevereiro do próximo ano.
Os assuntos tratados, já no início do encontro, foram sobre as "Respostas da Educação ao bullying homofóbico", com a representante da Unesco Mariana Souza; "Políticas Educacionais de Diversidade Sexual", com Macaé Evaristo do Ministério da Educação, além do "Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra LGTB e Promoção dos Direitos", com Synmy Laborrat da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A "Discriminação e violência na escola" foi o assunto analisado pelo representante do Conselho Federal de Psicologia Celso Francisco Tondim. Depois, a pesquisadora Margarida Diaz apresentou um estudo sobre a homofobia na escola em 11 capitais brasileiras.
O evento foi promovido em parceria com a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), membro do Fórum Nacional de Educação, do Instituto Brasileiro da Diversidade Sexual e da Aliança Global para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e a UFPR. Os participantes analisaram a conjuntura política em relação à educação e à diversidade sexual.
Fórum Nacional de Educação em Respeito à Diversidade Sexual
Durante a Conferência Livre, a proposta de discussão do eixo II "Educação e diversidade: Justiça Social, Inclusão e Direitos Humanos" do Documento-Referência, a plenária decidiu aprovar a criação do Fórum Nacional de Educação em Respeito à Diversidade Sexual. A ideia é que ele seja um "organismo de articulação em todo o País de entidades e pessoas dispostas a contribuir para a construção de um sistema educativo que seja de fato democrático e onde não caiba nenhum tipo de discriminação", explica o secretário-adjunto de Educação da ABGLT, Lula Ramires.
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Com informações da Assessoria de Imprensa da UFPR