A discussão da educação por pessoas dispostas ao debate, à colaboração com críticas e sugestões ao conteúdo temático da II Conferência Nacional de Educação (Conae 2014) em ambiente virtual. Essa proposta é das Conferências Livres abrigadas pela Rede Social Conae. A ferramenta que foi criada nesta edição da Conferência Nacional de Educação tem feito sucesso entre os que aderiram a essa nova forma de discussões propositivas pela internet. O último levantamento realizado pela gerência do sistema, no mês de setembro, deu conta de 11.806 perfis ativos, nos quais 7.980 são mulheres e 3.826 são de homens. Os números apontados ainda mostram 996 conferências livres, 324 eventos, 296 vídeos.

Denise Barros, que tem 48 anos, graduada em Pedagogia e em Direito Educacional, integra esses números de participação da Rede Social Conae. "A utilizo postando fotos e matérias da cidade de Guarulhos, além de saber como estão as conferências dentro do País", detalha. Professora da rede estadual de São Paulo e, integrante da Comissão Organizadora e da Comissão de Mobilização da Conferência Intermunicipal de Guarulhos, ela acaba de ser eleita delegada para a etapa nacional da Conae 2014. Pela Rede Social da Conae, Denise relatou as reuniões de organização da Conferência Intermunicipal da cidade, a execução da etapa intermunicipal e a estadual.

O mediador da Rede Social da Conae nas Conferências Livres, José Ivan Mayer de Aquino, afirma que as discussões que ocorrem dentro desta ferramenta enriquecem o debate presencial obrigatório, que ocorreram na etapa municipal/intermunicipal e ainda movimentam as conferências estaduais. Segundo ele, este tipo de espaço ainda é importante por outro motivo. Ele permite que as discussões "não se esgotem no momento exato em que a conferência termina presencialmente. O debate pode ser desdobrado e amadurecido ao longo do tempo", enfoca.

José Ivan Mayer de Aquino ainda levanta outro ponto em que a Rede Social Conae pode atuar. De acordo com ele, as propostas de emendas apresentadas ao Documento-Referência durante a etapa estadual e distrital devem estar disponíveis para discussões dentro da Rede no mês de dezembro e janeiro. São essas emendas que comporão o Documento Base de análise da Conferência Nacional marcada para fevereiro em Brasília. "As pessoas poderão ter acesso a esse Documento e poderão debate-lo antes mesmo de recebê-lo fisicamente", detalha.

Para José Ivan, a Rede Social pode adquirir um caráter fundamental de aplicação e fiscalização de planos de educação. "Pelo que está sendo desenhado dentro dela, a Rede Social Conae 2014 se tornará um observatório da aplicação do Plano Nacional de Educação (PNE), assim como os estaduais e municipais. Isso deve ocorrer por meio do relato de pessoas e até mesmo com o apontamento de estatísticas por entidades do setor. Além de permitir que integrantes da Rede possam denunciar o descumprimento das suas metas", enfatiza.

Conferências Livres

Definidas em seu Regimento Interno pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), órgão responsável pela realização da Conae 2014, as Conferências livres podem ser organizadas por qualquer cidadão ou organização presencialmente ou por esta plataforma mantida pelo FNE. As Conferências Livres não indicam delegados (as) às etapas ordinárias da Conae 2014 e não deliberam sobre emendas ao Documento-Referência. Elas são espaços que oportunizam e ampliam a participação social na discussão do tema central da II Conferência Nacional de Educação, "O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular; Cooperação Federativa e Regime de Colaboração".

Funcionamento

A Rede Social da Conae permite aos participantes internautas a criação de páginas ou salas de discussão e o compartilhamento de fotos, vídeos, notícias e relatórios executivos das conferências locais e/ou regionais. O organizador (coordenador/moderador) da Conferência Livre divulga na Rede Social da Conae a realização das conferências livres presenciais ou digitais e os seus respectivos relatórios para consulta. Do ponto de vista da sua abrangência territorial, as conferências livres podem ser escolares, de bairro, de cidade, de região e de temas nacionais de interesse de segmentos educacionais e/ou setores sociais, inclusive para a participação em ambiente virtual de internautas que estejam em outros países.

O administrador/moderador do debate em ambiente virtual define a forma de gestão/mediação, a quantidade de participantes e a forma de acesso (protocolo de interação). Tudo começa com seu cadastro e login na Rede Social. Depois, o login também pode ser efetuado por meio de outras redes sociais como o Facebook e o Twitter.

Elaboração

A ferramenta foi concebida pela Comissão Especial de Monitoramento e Sistematização do Fórum Nacional de Educação/Secretaria Executiva Adjunta do Ministério da Educação (SEA/MEC), em parceria com equipe de comunicação digital da Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República e desenvolvida com o apoio da Gerência de Desenvolvimento de Web da Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI/MEC). A proposta da Rede Social Conae, antes de ser desenvolvida, foi apresenta debatida e aperfeiçoada em uma oficina composta por um grupo de jovens hackers, em Brasília.

Ascom Conae 2014